terça-feira, 18 de outubro de 2011

Palavras ao vento *

A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra
amor e se acha importantíssima por isso!
Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de
pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau
mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz
"abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em
príncipe e vice-versa...
Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser
coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.
Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval",
esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data
marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra
você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com
assinatura embaixo".
Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o
"então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que
falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma
palavra que pretende ser beijo.
E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de
"escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as
estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem
também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por
quem ganhou um pirulito, por exemplo...
F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse
assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de
verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a
confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo
mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem
se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e
sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do
dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer
coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de
aniversário, queira ou não queira.
J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim",
que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar
assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do
que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se
espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só
pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos...
N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho
por dentro.
O de "óbvio", não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram
que foi Deus que inventou.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de
"segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo":
quando o beijo é maior que a boca.
T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda
deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até
ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não
estava em outro lugar.
U de "ui", um ài" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia
o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade
de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de
"volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que
querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma
palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e
de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o
português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi
usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro
não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava
liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom
motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça
da gente ao final de um dicionário inteiro.
Pedro Bial

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mudanças

A gente a acaba mudando conceitos que tínhamos, obvio, pois a gente muda também. Aquela sua birra com certas pessoas já não existe mais, aquele seu preconceito com certos tipos de música também já é passado, seus conceitos fúteis para se gostar de uma coisa já são outros e enfim você já não é comovida pelas mesmas coisas.

Isso muda em questão de meses, para as metamorfoses ambulantes, e em questão de anos, para os cabeças duras. Somos obrigados a mudar nossa maneira de pensar devido a influencia que o ambiente em que vivemos exerce sobre nós. Parece complexo, mas você muda de escola, troca de amigos, escuta músicas novas, freqüenta lugares diferentes, se encanta por novos gestos, lê novos tipos de livros, chora por coisas diferentes, sorri por coisas mais bobas, e você continua do mesmo jeito? Não, a gente muda.

Com essa mudança algumas pessoas se afastam da gente, outras se aproximam. É assim a vida, um vai e vem de gente que não acaba, mas sempre você tem aquele seu porto-seguro que está ali sempre com você. Às vezes é difícil de achar essa pessoa, mas quando você encontra, você sente e sabe que não pode deixá-la partir nunca.

Depois de alguns anos você se depara com essa frase 'Ainda bem que a gente cresce', mas poxa você era uma pessoa diferente, não desmereça quem você era, aquilo só não cabe mais na sua vida e você acha fútil demais.

Com tantas mudanças, aprendi que a gente deve viver o agora. E viver intensamente, pois talvez amanhã eu não goste mais daquela música, daquela banda, daquele texto, talvez não conviva mais com as mesmas pessoas, talvez mude minha opinião. A gente muda tanto que não podemos viver o ontem no dia de hoje.

sábado, 1 de outubro de 2011

Conjunto de paradoxos

Na boa, eu não sei o que eu estou sentindo. Cada hora é um pensamento que vem, contradizendo o que acabei de imaginar. É momento de transição, mas será que é mesmo? Será que estou no caminho certo? Quando começamos a mudar, muitas palavras chaves surgem a nossa cabeça, como: Se e Será?. É um conflito de opiniões diferentes, tem hora que sou a durona, mas ao mesmo tempo sou a romantica que não quer abandonar o sonho de ser feliz com quem sempre amou; tem hora que quero curtir a vida, e logo após só quero um namorado pra mim, qualquer um que me faça bem. Há um conjunto de paradoxos dentro de mim e não sei em qual parte acreditar e qual parte eu devo julgar.