segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Problemas e confusões

Quando um problema cresce a nossa cabeça, deixamos todos os outros florecerem e ganharem uma dimensão incontrolável pra nós. Qualquer brincadeira fora do habitural, fala meio sem noção, mentirinha normal, um segredo não contado nós deixa realmente decepcionados e acanhados. Problemas antigos e enterrados voltam à tona, aquela lembrança, antes boba, parece um furacão dentro de nós.
Nós somos assim, deixamos tudo subir à cabeça e depois não damos conta. Pedimos pelo amor de Deus pra tudo isso acabar, e nos agarramos a boa e velha música. Acabamos brigando com as pessoas que não tem anda a ver com os problemas, criamos alguns outros e vamos ficando cada vez mais só. Sempre assim, ficamos na pior e recorremos ao silêncio e à música. Na nossa quietude as pessoas acabam percebendo que há algo de errado, mas poucas terão a coragem de vir perguntar o que é e tentar te ajudar. Firme-se nessas pessoas, elas só querem o seu bem.
Pensamos em sumir, nas lembranças, se as pessoas que gostamos sentiriam nossa falta, em textos, músicas. Queremos atenção, afeto, abraço, uma ligação, uma risada gostosa, um motivo pra se sorrir de verdade e não fingir um sorriso idiota.
Isso é realmente normal quando ficamos no máximo dois dias assim, mas quando ficamos alguns dias a mais e mais longos? Isso vai tornando cruel, dolorido, solitário e até mesmo masoquista. Quanto mais dor sentimos, queremos ainda mais, está certo isso? Querer o nosso pior?
Nesse momento nos tornamos poetas, qualquer acontecimento é digno de uma frase com uma filosofia de vida ou então um pensamento pra nos dar valor; e além do mais, como os grandes gênios da poesia, eles gostam do sofrimento, pois sem ele não haveria palavras, sentimento, lágrimas e tudo aquilo que lhes deixa muito feliz: a literatura. E por assim vamos, remoendo tudo aquilo que já passou a nossa cabeça, só pra sofrer um pouco mais.

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